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terça-feira, 28 de junho de 2011

Proteste Já: Lucro Brasil faz consumidor pagar o carro mais caro do mundo!




Chegou a sua HORA!!!


Estamos inaugurando esta novo espaço no meu blog, "Espaço Aberto", para divulgar a opinião, o protesto, as idéias, os pensamentos, as receitas e indicações, bem... os assuntos recomendados por amigos e familiares. Desta vez vamos abordar um assunto muito sério no Brasil.


Postagem indicada pelo:


Camilo Baiardi, Arquiteto de Salvador/Bahia, Recomendado em: 28/06/2011.




"Por que baixar o preço se o consumidor paga ?", pergunta um executivo de montadora.

(27-06-11) - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.


A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas. Só a Mercedes-Benz tem uma frota de três mil ônibus para transportar seus funcionários de casa para o trabalho e do trabalhão para casa.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.


A carga tributária caiu


O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.


A margem de lucro é três vezes maior que em outros países


O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda Civic é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.


Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?


A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.

O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.

Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.

Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:

As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.

Questionada, a empresa enviou nova explicação:

As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.

Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.

Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.

Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.

O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.


City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback


Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.

Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).

A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?

A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.

Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.

Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.

E por que o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?

Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.

Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não é menor do que o dos brasileiros.

Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.

Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.

Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:

Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.

Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.

Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.

Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.


A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou


Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.

Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.

Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.

A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.

Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.

Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.

São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?

A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!

As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.


Mini no tamanho, big no preço


Mini, Fiat 500, Smart são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.

Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Mini Cooper?

A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.

Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.

A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.

E quem comprar o minúsculo Mini Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.

Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que o Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.

Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.

Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A ideia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.

As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.

E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.





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Fontes de Pesquisa:

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Dica: Aprenda a vender suas ideias!




Chip Heath, professor de estratégia da Stanford Graduated School  explica em seu livro “Ideias que Colam”como vender ideias inovadoras.


O que faz o sucesso de uma ideia, o fato dela ser revolucionária ou a forma como ela é comunicada? Em seu livro Ideias que Colam, Chip Heath da Califórnia, explica que uma ideia que cola é, principalmente, aquela a qual as pessoas se lembram e passam para frente. “Além de ter uma boa ideia, é preciso dar uma roupagem interessante para que esta inovação cole na mente das pessoas e seja bem sucedida”.


Usando exemplos que vão de lendas urbanas á provérbios, o professor coloca de forma muito clara seu conceito usando a sigla SUCCES (sucesso em inglês, assim mesmo, sem o último S):


Simple –  Para o professor, simplicidade é encontrar a mensagem central e compartilhar com a companhia. “A mensagem central é a coisa mais importante que você tem para comunicar”.


Unexpected – Ser inesperado é uma boa forma de chamar a atenção das pessoas para o que você está pensando e fazer com que elas prestem atenção na sua ideia.


Concret – “As ideias que colam são, geralmente, concretas. Elas podem ser expressadas com exemplos sensoriais”, explica.


Credible –  Credibilidade faz com que as pessoas acreditem nas suas ideias. Quando você tenta estabelecer esta credibilidade você instintivamente busca dados, fontes e autoridades naquele assunto, aumentando também sua imagem de conhecedor do assunto.


Emotional – Ser emocional não quer dizer ser melodramático e sim trazer as pessoas para perto da sua ideia, com exemplos práticos que dão a dimensão exata do impacto que poderá ser causado com a sua implementação.


Stores – Usar histórias exemplificando a ideia é uma forma eficaz para motivar e dar energia para os envolvidos desenvolverem o projeto que coloca em prática aquela inovação.


Tendo como base estes conceitos, Heath desenvolve sua teoria que fala sobre as mudanças geradas pelas ideias inovadoras e fala que é preciso ter mente aberta para ouvir quando alguém tem uma boa ideia, mais ainda dentro das organizações onde a correria das tarefas diárias, muitas vezes, consome o tempo dos gestores.


“Muitas vezes, ao se deparar com uma ideia inovadora podemos instintivamente dizer que aquilo está errado. Mas , o que pode estar errado é esta atitude, pois não podemos agir assim nem nos negócios, nem em nossa vida”, explica Heath.


O professor aponta dois passos essenciais para que uma ideia inovadora gere bons frutos para a organização:


1º - Direcionamento: a intenção aqui é direcionar e dar autonomia para que as pessoas não fiquem em dúvida e tomem boas decisões. “Quem está no volante não pode ter dúvida do tipo devo ir ou devo ficar? E sim como farei para chegar lá”.


2º - Motivação: para ser bem sucedido e obter bons resultados em um projeto, além do direcionamento correto é preciso dar a toda equipe que está na execução
motivação para realizar aquela ideia e aguentar a longa jornada até a concretização do seu objetivo.


“A concepção de uma ideia inovadora geralmente é espontânea. Porém, a realização dela demanda muito tempo de pesquisa e trabalho árduo. Para chegar até o fim da jornada é essencial manter o entusiasmo e motivação de toda equipe”.


Retomando a ideia central do conceito de Chip Heath, podemos destacar também a teoria Velcro Theory of Memory. Esta teoria diz que a forma como uma ideia é exposta faz toda diferença. “Para cada ideia que temos, existem 100 maneiras de comunicá-la”, reitera Heath que continua: “uma ideia que cola é aquela que é entendida, lembrada e cria algum tipo de mudança na sociedade, seja de opinião, seja comportamental ou de valores”.


Um dos exemplos usados pelo professor é o Google, que mostra como uma inovação pode mudar a forma de interação e busca de informações da sociedade. Outro exemplo usado no livro e que exprime exatamente o conceito SUCCES do teórico é a lenda urbana do roubo dos rins, na qual uma pessoa convidada para um drink com um desconhecido acorda na manhã seguinte numa banheira de gelo, sem os rins.


De que forma uma história como esta pode se tornar tão popular e até ser acreditada por muitos? Ela é simples do ponto de vista narrativo; inesperada pelo seu desfecho; concreta já que atualmente não se duvida de nenhum tipo de golpe; credível, pois traz o perfil de uma pessoa comum que é vítima de um golpe; emocional por dar a sensação de que poderia acontecer com qualquer pessoa, formando uma história estruturada e que cola na mente das pessoas.


Desta forma, segundo os conceitos de Chip Heath, o essencial para uma ideia colar, mais que a inovação e novidade que ela traz, é a forma como se comunica esta ideia. Além disso, para fazer com que a ideia se torne um projeto é preciso manter o direcionamento e a motivação de toda equipe envolvida.





Fontes de Pesquisa:

Curiosidade: Dicionário Mineirês






E chegou a hora de mostrarmos um pouco da cultura de Minas Gerais. Abaixo algumas palavras utilizadas no dia-a-dia. Aprenda um pouco!



Vocabulário:


- ansdionti (antes de ontem)
- asmininxegaro (as meninas chegaram)
- badacama (debaixo da cama)
- belzonte (Belo Horizonte)
- cadiquê (por causa de quê)
- cadiquim (um pouquinho)
- caisopô (caixa de isopor)
- conforfô (conforme for)
- dácençapreu (me dá licença)
- dáumtiquinho (me dá um pedacinho)
- dendapia (dentro da pia)
- denduforno (dentro do forno)
- dentifrisso (dentifricio)
- desceuprusgrugumio (desceu pela goela abaixo)
- deumemo (de mim mesmo)
- deusdiqui desde que)
- dôdestongo (dor de estômago)
- doidimais (doido demais)
- doncovim (de onde que eu vim)
- dosseis (de vocês)
- dotrabanda (do outro lado)
- emribadora (em cima da hora)
- fumoevortemo (nós fomos e voltamos)
- indostrudia (ainda outro dia)
- iscodidente (escova de dente)
- issoquipómoiá (isso aqui pode molhar)
- istrudia (outro dia)
- kidicarne (quilo de carne)
- lidiarco (litro de álcool)
- lidileite (litro de leite)
- mãodivaca (sujeito avarento)
- mardusfigo (mal do fígado)
- mastumate (massa de tomate)
- midipipoca (milho de pipoca)
- némermo (não é mesmo?)
- nimim (em mim)
- nóistrupicamanumcái (nos tropeçamos, mas não caímos)
- nóissinvai (nós já vamos)
- nóistamuino (nós estamos indo)
- nossinhora (nossa senhora)
- óiprocevê (para você ver!)
- óiquí sô (olha aqui, meu amigo)
- óiuchero (olha o cheiro!)
- oncêfoi (aonde você foi?)
- oncotô (onde que estou)
- onquié (onde que é?)
- óprocê (ó!, pra você)
- ostrudia (outro dia)
- pédiboi (homem muito trabalhador)
- pincumel (pinga com mel)
- pondiônsbi (ponto de ônibus)
- pópegakasmão (pode pegar com as mãos)
- pópicáuaio (pode picar o alho)
- pópô (pode por)
- pópômapoquimdipó (pode por mais um pouquinho de pó)
- pôpurbaxo (colocar por baixo)
- pradaliberdade (praça da liberdade)
- praonostamuinu (para onde nos estamos indo?)
- prarribadeu (pra cima de mim)
- prestenção (preste atenção)
- procevê (para você ver)
- proncovô (pra onde que eu vou)
- prosseis (para vocês)
- prucausdiquê (por causa de quê)
- pruviadela (por causa dela)
- quaisnaora (quase na hora)
- quascaí (quase caí)
- quédele (cadê ele)
- quingresia! (que confusão!)
- rugoiais (rua Goias)
- sadona (minha senhora)
- sápassado (sábado passado)
- secopassado (século passado)
- séssetembro (sete de setembro)
- sóumcadiquinho (só um pouquinho)
- táinzonando (está demorando)
- tálascado (está em má situação)
- taveu (estava eu)
- tidiguerra (tiro de guerra)
- tissodaí (tira isso daí)
- tradaporta (atrás da porta)
- trem (qualquer coisa)
- tranzantonti (no dia anterior ao dia de ontem)
- trembão (qualquer coisa boa)
- ugáscabô (o gás acabou)
- usmininxegaro (os meninos chegaram)
- usvididentro (os vidros de dentro)
- usvidifora (os vidros de fora)
- uviumbaruim (ouvir barulho)
- vanssimbora (vamos embora)
- vidiperfumi (vidro de perfume)
- vimdiapé (vim caminhando)







Apresentações:

 
Cuméquecêchama? = Qual o seu nome?
Doncêé? = De onde você é?
Oncêmora = Onde você mora?
Proncêvai? = Pra onde você vai?
Cêéfiidiquem? =Você é filho de quem?


Cumprimentos:

 
Djia! = Bom dia
Tardji! = Boa tarde
Noitchi! = Boa noite
Dêsabençôi (ou Dêstibençôi)(tibençôi) = Que Deus te abençôe, meu Filho(a). Vai com Deus!


Pedindo Informações:

 
Proncovô? = para onde que eu vou?
Oncêtá? = aonde você está?
Quanscusta? = quanto custa?
Prônostam'ínu? = para onde nos estamos indo?
É logali? = é logo ali? (distância referente a 100 quilômetros mais ou menos podendo chegar a 150)
Epassaqui? = ele passsa aqui?
Qui trem é esse = o que é esse objeto?
Cessaciessionbspasnassavás? (escreve-se: Cê-ças'sses'onz-pass'avas?)(em versão avançada, Essonbspassaváss?) = você sabe se esse ônibus passa na Savassi?
Ondéopondiônz? = aonde é o ponto de ônibus?
Cantazóra? = 'quantas horas?' (em português: 'quanto atrasado estou?').
É firme? = É filme?
Contáujogu? = Qual o placar do jogo?


Lugares:

  
Tidiguerra = tiro de guerra
Pondiônz = ponto de onibus
Ponditács = ponto de táxi
Berádurii = beirada do rio
Meidapráss = meio da praça
Dibádaponti = de baixo da ponte
Trádaserra = atrás da serra
Ruditráis = rua de trás
Rudumêii = rua do meio
Alííí ou pertim = depois de 2 ladeiras, 7 esquinas, 20 curvas, 5 ônibus, mais 6 quarteirões, 100 passos, você chega. O equivalente a um tirimdiguerra (tirinho de guerra)..
Bádapônti = debaixo da ponte





Fazendo Compras:

 
Quânquié ? = quanto custa?
Déreár = Dez Reais
Baratim = (deixa ver se eu adivinho quanto esse otário está disposto a pagar)
Lidilêit = litro de leite
Kidicár = kilo de carne
Masstumá = massa de tomate
Vidiperfumi = vidro de perfume
Iscôdidente = escova de dente
Cadizopô = caixa de isopor
Bô di'mií = Bolo de milho
Carin heim?! = muito caro
Doisácu tá bão! = vou levar dois saquinhos
Inbrúa dôsdôci quivôlevá = embrulha dois doces pra eu levar
Táquantu-u-abóbrão? = qual o preço dessa abóbora grande?


A Família:

 
miafía = minha filha
meutíi = meu tio
meusubrim = meu sobrinho
miamuié = minha esposa
miamiga = minha amante
miavó = minha avó


O Tempo:

 
trudia ou ôtrudia = esses dias (ex: cumpádi manér teve aqui trurdia)
Antônti ou Antchiônti = antes de ontem
Transantônte = há três dias atrás
Quincantônte = há cinco dias atrás
Ansdiônti = antes de ontem
Séssetembro = sete de setembro
Sêsquivêm = sexta que vem
Quióração = Que horas são?
Quatódatárdi = Quatro horas da tarde
Tá cum jeidichuva = (cansei dessa conversa besta e vou embora)
Quánahora = quase na hora
Górinhamêis = Agora mesmo
Góracêdu = Agora cedo
Tardanoiti = Tarde da Noite
Meiidiimêi = Meio-Dia e Meia
Então veja na prática um mineirim daquêis prosiano:
Trudia, achu qui era antonti ou ansdionti ou era sápassado? Minto. Nu séssetembru passado, lembrei argóra! Bão, quióração? Tá cum jeidichuva, quánahora, dexoí, sêsquivem eu vórto e nóis proseia mais um cadim.





Conversa Informal:

 
Nilsin meu fii vem cumê miii!! = A mãe chamando o filho para comer milho
Ê trem bão = Gostei disso
Vai cagá di morro abaixo pra vê a bosta rolá = A pior e mais definitiva ofensa que se pode dizer a uma pessoa
Nóssinhora = nossa senhora ('Núss', em minerês avançado...)
Crédeuspai = meu Deus!
Vixxxxxxx = Interjeição mineira de concordância ou espanto.
Doidimais = doido demais
Ondjéquieutô = onde eu me encontro por favor, estou meio perdido hoje...
Pópoun-poquin = pode colocar mais um pouco...
Óiuchero = olha o cheiro
Óssócêvê = olhe só para você ver
Tissodaí = tira isso daí
Cê num some não = pode tirar o cavalinho da chuva OU 'o que que esse imbecil tá achando que é?'
Fiédazunha = Xingamento equivalente ao de baixo
Uai = interjeição mineira de espanto: uai é uai, uai!
Nó = Nossa Sinhora, Mãe do Céu, Ave Maria !
Nú = Nossa Senhora Aparecida do Perpétuo Socorro
Nusga = Nossa Senhora Aparecida do Perpétuo Socorro Mãe de Deus e dos Pecadores
Né = Não é mesmo?
Mémo = Mesmo
Bão tamém! = com certeza, concordo com você OU ENTÃO 'deixa eu ficar quieto para ninguém ver que eu falei besteira'.
Bóra? = vamos embora?
sucêfôeuvô = se você for eu vou
tô atráis docê = vai primeiro, que vou depois
Bóra! = e lá vamos nós!
Faiznão = Não faça isso.
Padaná = idem ao anterior
HU! Viádu! = Oi amigo!
Nuss! Meu sirvíss foi uma peleja danada! = Nossa! Meu trabalho foi muito difícil.
Pixii! = Silêncio ou atenção
Cárcaqui! = Clique aqui
...pracarái' = Adverbio 'Muito'. Por exemplo: Muito feio = feipracarái
Obichopegâno' = adjetivo. Alguma qualidade que a pessoa quer usar mas ignora o nome ou esqueceu ou sabe mas usa assim mesmo pra dar mais intensidade. Exemplo: O Zidane é obixopegâno.
lógdicara = já no início
Ê! = Olá!
Cuméqsevai?' = Como vai você?
xôcabádicopiá?' = Me deixa acabar de copiar?
vamu picá mula?' = Vamos embora que isso está ficando muito chato


Dentro de Casa:

 
Dentdapia = dentro da pia
Tapuraí = procura que você acha, seu preguiçoso
Badapia = debaixo da pia
Tradaporta = atras da porta
Badacama = debaixo da cama
Dentduforn = dentro do forno
cimadacama = encima da cama
ladiládapia = do lado de lá da pia
Nucandicádasalaó = no canto de cá da sala, veja aí!
Ó! = Veja!


Geografia:
 
Arfena = Alfenas
Baité = Abaeté
Beagá ou Belzont = Belo Horizonte
Beraba = Uberaba
Berlândia = Uberlândia
Birité = Ibirité
Bitiúra = Ibitiúra de Minas
Bórdamata = Borda da Mata
Boncesso = Bom Sucesso
Brazía = Brasília
Braziidimins Brasília de Minas
Brazóps = Brasópolis
Cambuquirrr = Cambuquira - Ci dade que tem a mió árga minerá cum gáis du Brasil e dasámérica UAI!!
Carmóps = Carmópolis
Chão Vermei = Alterosa
Contagedasabróba = Centro de Contagem
Conselei Lafaeti = Conselheiro Lafaiete
Divinóps = Divinópolis
Fernandóps = Fernandópolis (in SumPaulu - duladindi Turama)
Monsclars = Montes Claros
Mãossú = Manhuaçu
Or'finu = Ouro Fino
O'preto = Ouro Preto
Padiminas = Patos de Minas
Patinga = Ipatinga
Paraisóps = Paraisopolis
Pó de Cardas=Poços de Caldas







Fontes de Pesquisa: