Material publicado por Cássio Morelli (cassiomorelli@gmail.com), Empreendedor / Consultor / Palestrante - 11/07/11.
Gostaria de começar esse artigo com duas citações:
1) Alguns dizem que existem cinco tipos de empresa:
1- aquelas que fazem as coisas acontecer
2 - aquelas que “acham” que fazem as coisas acontecer
3 - aquelas que observam as coisas acontecer
4 - aquelas que se surpreendem quando as coisas acontecem
5 - aquelas que não sabem o que aconteceu
2) De acordo com a Harvard Business Scholl: “planejar aumenta em 60% a probabilidade de sucesso nos negócios”
A primeira coisa que eu gostaria que você fizesse, ao ler este artigo é responder para sí mesmo (de forma honesta, afinal é só você e seus pensamentos): qual dos cinco tipos de empresa é a sua (ou ainda, que tipo de empresa você deseja – caso esteja começando uma)?
Bom, eu não sei você, mas 60% de aumento de chances para o meu negócio dar certo, faz uma enorme diferença! Se eu tenho que colocar meu tempo, dinheiro, trabalho, expectativas e sonhos em alguma coisa, prefiro ter o máximo de possibilidades possíveis, de que isso vai funcionar.
Então, porquê nossas empresas planejam tão pouco?
Em primeiro lugar: quero desmistificar o velho argumento que planejar é difícil. Não! Planejar é trabalhoso e requer ao menos, um pouco de disciplina, e isso não é necessariamente “difícil”. Vai dar trabalho? Claro que sim, mas vai te economizar muito tempo (e dinheiro) em várias situações e momentos críticos (e eles vão acontecer);
Em segundo lugar: existem os que dizem que planejar não decide nada. Ok, é nem é para decidir mesmo, o objetivo do planejamento é dar direcionamento e balizar suas decisões, seja com os cenários atuais, seja com as implicações das suas decisões. Quanto mais alternativas e possibilidades sua empresa tiver planejado, mais rápido e fácil será tomar uma decisão, e sabemos que boas e ágeis decisões, são fundamentais para qualquer organização.
Em terceiro lugar: existe o eterno argumento de que falta tempo. Com esse argumento imediatamente entra em campo o “empresário bombeiro”, que vai apagar incêndios o dia todo e não vai ter tempo algum para ver para onde seu negócio está indo (e muitas vezes o abismo é ali pertinho). Fico pensando quanto tempo, as empresas, seus gestores e colaboradores perdem para corrigir inúmeros problemas (sem contar no dinheiro perdido), que poderiam ter sido previamente detectados.
Em quarto lugar: existe a dúvida sobre qual o tipo ou modelo de planejamento estratégico que deve ser utilizado. Seria até um argumento válido, se essa dúvida invariavelmente não desembocasse em não seguir nenhum. Acredito que o modelo é absolutamente irrelevante. O importante é começar a fazer, criar o hábito – pois também acredito que o ótimo é inimigo do bom – e que com a prática, vá sendo criado um condicionamento para que o planejamento possa, não só ser feito, mas depurado ao longo do tempo, ficando mais completo, eficiente e assertivo.
Por último: há o problema do entendimento do planejamento pelos funcionários. No contexto empresarial e social de hoje, não há espaço para que seus colaboradores não saibam qual é de verdade o seu negócio (aliás, você consegue responder rapidamente qual é o seu negócio?). Cada vez que as pessoas puderem participar mais da estratégia da empresa, mais elas entenderão os “porquês” das ações tomadas, passarão a se sentir mais envolvidas no dia-a-dia da empresa, terão um motivo a mais para melhorar sua produtividade, e principalmente: poderão colaborar para que os objetivos determinados no planejamento sejam alcançados.
Planejar é tornar o seu caminho e do seu negócio, muito mais simples e menos acidentado (e muito menos oneroso – com certeza).
Apesar de ter diminuído nos últimos anos, a taxa de mortalidade das nossas empresas com até 5 anos de vida, ainda está na casa de 60% (dados Sebrae de 2010) - ou seja, de cada 10 que começam, 6 vão ficar pelo caminho. Como contraponto, empresas que passaram por alguma incubadora, tem uma taxa de mortalidade de 20% (dados Anprotec 2010). Eu sei que muitos fatores influenciam para que haja esse abismo entre as taxas – mas uma coisa é fato: qualquer empresa que pleiteia entrar em uma incubadora tem que apresentar um “plano de negócios”, e caso aprovado, esse plano tem que ser atualizado e acompanhado enquanto ela estiver no ambiente da incubadora, ou seja, elas aprendem a planejar!
E já que nesse artigo, eu comecei com citações vou terminar com outra de Alvin Toffler, que acho excelente: "Ou você tem uma estratégia própria, ou então é parte da estratégia de alguém."
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